quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Os dois Senhores

O caráter de um bom casamento

Diz-se com freqüência que um bom casamento é uma "amostra do céu". O companheirismo de que um homem e uma mulher podem gozar em relação ao casamento é uma bênção imensa dada por nosso Criador (Gênesis 2:18-24).
Certamente, Deus destinou o casamento a ser benéfico e satisfatório para ambos, o esposo e a esposa. Infelizmente, muitos casais não descreveriam seus casamentos como "celestiais".
Estratégias Inaproveitáveis
O que podemos fazer para termos "bons casamentos"? Homens e mulheres têm tentado várias estratégias para assegurar casamentos bem sucedidos. Muitos têm raciocinado que o modo de ter um bom casamento é casar-se com a pessoa de melhor aparência possível. Conquanto não seja pecado ser fisicamente atraente, a aparência pessoal não é garantia de que uma pessoa será uma boa companheira.
O homem extremamente elegante ou a mulher impressionantemente bela com freqüência não dão bons esposos! Outros têm concluído que um casamento espetacular e uma lua-de-mel dispendiosa são o ponto de partida de um bom casamento.
Contudo, estas são coisas que não duram muito tempo e quando a grandiosidade da cerimônia e a emoção da lua-de-mel passam, é comum que o esposo e a esposa descubram que sua relação não é realmente muito boa. Ainda outros têm seguido a estratégia de acumular bens antes de casar ou, em alguns casos, de procurar uma pessoa rica com quem casar! Tal segurança financeira constituirá, pensam eles, o alicerce de um bom casamento. Algumas vezes parceiros em al relação assentada sobre a riqueza material pagarão quase tudo para escapar do casamento. O resultado de tais preparativos financeiros é que há mais bens a serem divididos quando o casal se divorcia.
Deverá ser notado que não há nada inerentemente pecaminoso em ser fisicamente atraente, ter um grande casamento e uma lua-de-mel agradabilíssima ou mesmo economizar dinheiro antes do casamento com a esperança de um padrão de vida mais alto. Cada uma destas coisas pode ser uma bênção para um casamento. Nenhuma destas coisas, contudo, resulta necessariamente em um bom casamento. Se desejamos relações satisfatórias, precisamos abandonar as soluções e valores de sabedoria humana e consultar o manual de casamento escrito por Aquele que criou o casamento no princípio. Na Bíblia podemos encontrar toda a informação que precisamos para construir casamentos bem sucedidos.
Instruções Divinas
As Escrituras ensinam que o casamento é destinado a durar até que um dos cônjuges morra (Romanos 7:1-3; Marcos 10:9). Se cada parceiro mantiver esta convicção, o casamento terá uma possibilidade maior de dar certo. Quando aparecem problemas (e sempre aparecem!), tanto o esposo como a esposa empenham-se em resolvê-los em vez de procurar escapar facilmente através do divórcio.
Quando Paulo escreveu sobre as responsabilidades dos cônjuges, ele observou que as esposas deveriam ser submissas a seus esposos (Efésios 5:22-24). Ele ordenou ainda mais que os esposos deveriam amar suas esposas (Efésios 5:25-29). Este amor (na língua grega, "agape") não é de puro sentimento ou mesmo a expressão de palavras vazias, mas é antes o resultado de uma escolha moral e expressa-se em ação.
Elcana, pai do profeta Samuel do Velho Testamento, evidentemente amava profundamente sua esposa Ana (1 Samuel 1:1-8). Ele expressou seu amor por ela através de sua generosidade. Além do mais, este tipo de amor busca o bem estar de outros independente do tratamento com que eles retribuem.
O apóstolo Paulo descreveu o caráter deste amor em 1 Coríntios 13:4-7. As responsabilidades de amor e submissão incluem outras específicas.Por exemplo, para amar sua esposa, o esposo tem que se comunicar com ela. Para procurar o melhor bem estar da esposa, ele precisa entender as necessidades e desejos dela.
Mais uma vez, observando o exemplo de Elcana e Ana, quando ela estava triste por causa de sua esterilidade e da provocação de sua rival, Elcana procurou descobrir a causa de sua angústia (1 Samuel 1:4-5, 8). Se o esposo comunica a razão para suas decisões, torna-se muito mais fácil para a esposa submeter-se.
Sem comunicação adequada entre cônjuges, é extremamente difícil, talvez impossível, ter-se um bom casamento. Comunicação franca entre esposo e esposa permite a cada um entender melhor o outro, evitando muitos desentendimentos. A participação nas opiniões, sonhos e temores através da comunicação permite uma intimidade que ajuda a unir o casal.
Honestidade
Todos os bons casamentos exigem honestidade e discrição de ambos. Tanto esposo como esposa deverão empenhar-se em sempre falar a verdade um ao outro (Efésios 4:25; Colossenses 3:9). Bons casamentos dependem da confiança e uma mentira descoberta destrói essa confiança.
A esposa que descobre que seu esposo mentiu para ela em um assunto imaginará que ele no futuro estará mentindo também sobre outros assuntos . . . mesmo que ele esteja falando a verdade. Infelizmente, aqueles que praticam o engano com freqüência acreditam arrogantemente que são muito inteligentes para "serem apanhados".
O mentiroso pode freqüentemente cobrir seu engano por algum tempo, mas as mentiras costumam ser descobertas. A esposa que esconde informação de seu esposo está também praticando o engano, uma forma de desonestidade. A suspeita que resulta quando o engano é descoberto ameaça a bela intimidade possível num casamento.
Discrição
Quando duas pessoas vivem juntas ainda que por curto período de tempo, elas podem aprender algumas coisas nada lisonjeiras sobre um e outro. Num bom casamento, o esposo não falará destas faltas de sua esposa com outros. Ele protegerá a reputação dela à vista dos outros, enquanto trabalhará para ajudá-la a melhorar nessas áreas. De modo semelhante, a esposa não discutirá as fraquezas de seu esposo com outras pessoas.
A prática de tal discrição encorajará maior intimidade na comunicação dentro do casamento. Cada parceiro sentir-se-á bem partilhando com o outro os pensamentos mais particulares porque ele ou ela sabe que estes pensamentos não serão revelados a outros.
Fidelidade Sexual
Poucas coisas destroem um casamento mais depressa do que a infidelidade sexual. Num bom casamento, cada parceiro tem não somente de se abster de atos abertos de impureza sexual, mas não deve dar ao outro causa para suspeita.
O esposo precisa evitar que seus olhos se fixem na direção de outras mulheres e a esposa tem que ser cuidadosa para que seu comportamento a respeito de outros homens seja puro (Mateus 5:27-28).
Respeito
O resumo feito por Paulo das responsabilidades do esposo e da esposa em Efésios 5:33 revela que a submissão da esposa envolve respeito ao seu esposo. Do mesmo modo, o esposo não deverá tratar sua esposa como inferior a ele porque ela voluntariamente aceitou uma posição de submissão (1 Pedro 3:7).
Em vez disso, ele deverá tratá-la com dignidade e consideração. Ele não deve diminuí-la nem tratá-la com aspereza ou amargura simplesmente porque Deus lhe deu autoridade na família (Colossenses 3:19).
Altruísmo
O egoísmo está na base de um número incrível de dificuldades matrimoniais. É extremamente difícil viver com alguém que sempre pensa só em si mesmo. Cuidar de uma criança é trabalho duro porque ela não tem consideração com as necessidades e desejos dos outros. Suas necessidades precisam ser satisfeitas imediatamente ou ela fará com que seus pais saibam de sua infelicidade por meio de gritos estridentes! Como adultos, já deveremos ter ultrapassado tal egoísmo, mas infelizmente alguns esposos agem bem dessa mesma maneira. Se as coisas não são feitas como lhes serve, eles ficam trombudos ou têm ataques de cólera, muito parecidos com os das crianças que não sabem de nada melhor. A mulher virtuosa de Provérbios 31 sacrificava-se, trabalhando para prover a sua casa (Provérbios 31:10-31). Cada cônjuge [amadurecido] deverá estar querendo pôr as necessidades e desejos do outro antes do seu próprio, se necessário (Filipenses 2:4; 1 Coríntios 13:5), e os que são infantis não deveriam casar-se!
Paciência
A paciência é o lubrificante que evita que o casamento se aqueça demais quando os problemas provocam atrito entre os parceiros. Uma falta de paciência, no mais das vezes, resulta em decisões insensatas ou irritação. Tiago deu bom conselho quando escreveu "Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus" (Tiago 1:19-20). A paciência é aquela qualidade que permite a uma pessoa suportar com calma serenidade uma situação que não é ideal ou desejável (longanimidade; Gálatas 5:22; Efésios 4:2; Colossenses 3:12).
A impaciência é quase sempre uma forma de egoísmo na qual nos tornamos furiosos porque as coisas não estão acontecendo do modo que queremos que aconteçam. Haverá muitas ocasiões durante um casamento nas quais as coisas não serão ideais!
Humildade
Algumas pessoas não querem admitir nenhuma falha. É inevitável que um cônjuge peque contra o outro. A humildade é a qualidade que permite-nos reconhecer nossa própria falibilidade, admitir nossas faltas e pedir perdão àqueles que tivermos maltratado. A pressuposição de que sempre sabemos o que é melhor ou que nunca cometemos nenhum erro é uma forma de arrogância. Tal arrogância é oposta ao amor (1 Coríntios 13:4). Num bom casamento, ambos os parceiros servirão um ao outro fazendo muitos pequenos favores.
A arrogância não permite a "atitude servil" (João 13:1-15). A humildade também ajuda a perdoar os outros que pecam contra nós, porque nos lembra que nós mesmos somos falíveis e freqüentemente necessitamos ser perdoados (Efésios 4:31-32; Colossenses 3:13). No decorrer de um casamento, haverá muitas oportunidades para perdoar seu cônjuge! Ofensas não perdoadas tendem a ser como feridas não curadas, inflamadas; elas afetam severamente a saúde da relação.
Quando alguém está procurando um bom companheiro ou simplesmente tentando melhorar uma relação conjugal existente, estes princípios ajudarão a assegurar um casamento bem sucedido. De fato, muitos desses traços característicos que promovem um casamento bem sucedido podem ser aplicados praticamente em qualquer relação humana para torná-la melhor!
­Por Allen Dvorak

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Não tentem mudar um ao outro

Cada indivíduo é distinto, não existe pessoas semelhantes
em todos os aspectos. Ao assumir o casamento, os jovens precisam
 entender que seu cônjuge é diferente dele. E precisam aprender
a aceitarem-se sem exigências, críticas, ataques, recriminações,
 armas que só trarão destruição.

Cecil Osborne, em seu livro "A arte de compreender o cônjuge" diz:
- Não posso mudar ninguém por ação direta.
- Só posso mudar a mim mesmo.
- Quando eu mudo, os outros tendem a mudar em relação a mim.

Quando entendemos que "Só podemos mudar a nós mesmos" ,
uma nova perspectiva surge em nossas vidas e no nosso casamento.
Precisamos aceitar essa verdade, devemos satisfazer às necessidades
 dos outros , ao invés de esperarmos que satisfaçam às nossas.
Muitas vezes sua esposa está com acúmulo de afazeres antes da reunião;
dando banho em duas ou três crianças, fazendo lanche e ainda tendo de
se arrumar, e muitos ficam apenas lembrando-lhe que já está atrasada,
 isso e aquilo, sendo que sua esposa necessita é de compreensão e ajuda.
 E essa, se não for ajudada, tornar-se-á amargurada, e cada dia mais
 fechada para com seu marido.

Só conseguiremos mudanças em alguém, se nós mesmos
estivermos dispostos a mudar.

Trecho extraído do livro "O propósito de Deus e A família cristã".

Dez Mandamentos para Esposas e Esposos


 

Dez Mandamentos para as Esposas



1. Aprenda o verdadeiro significado do amor.
 
2. Desista de seu sonho de um casamento perfeito e lute por um bom casamento.
 
3. Descubra as necessidades pessoais de seu marido e tente satisfazê-las.
 
4. Abandone toda a dependência de seus pais e toda crítica aos parentes dele.
 
5. Faça elogios e mostre apreciação, em vez de procurá-los para si.
 
6. Abandone a tendência de ser possessiva ou ciumenta.
 
7. Cumprimente seu marido com afeto, em vez de fazer reclamações e exigências.
 
8. Vença o complexo de princesa (Cinderela).
 
9. Abandone toda esperança de mudar seu marido através de críticas ou ataques.
 
10. Ore por paciência.



Dez Mandamentos para os Esposos

1. Trate sua esposa com firmeza e gentileza.

2. Seja pródigo no louvor e na reafirmação.

3. Defina suas responsabilidades.

4. Evite crítica.

5. Lembre-se da importância das pequenas coisas.

6. Reconheça a necessidade de estarem juntos.

7. Procure inspirar-lhe sentimento de confiança.

8. Reconheça a validade dos estados de espírito dela.

9. Coopere com ela em todo esforço para melhorarem o casamento.

10. Descubra as necessidades individuais dela e tente satisfazê-las.


Uma atitude que salvou um casamento

O dia finalmente chegou. Eu insisti o quanto pude para manter
meu casamento. Assim que Fábio, meu marido, saiu para o trabalho,
 fiz uma única mala para mim e meu filho de 14 meses e abandonei
nosso lar. Este era o único ano em nosso casamento que vivíamos
na mesma cidade que meus pais. Obviamente, a conveniência de
poder correr para os braços de papai e mamãe tornou a decisão
 de deixar Fábio mais fácil.

Foi com um rosto enraivecido e molhado de lágrimas que entrei
na cozinha de minha mãe. Ela pegou o bebê enquanto eu, entre soluços,
 fazia minha declaração de independência. Depois de lavar o rosto
e tomar um copo de coca, mamãe me disse que papai e ela me ajudariam.
 Era reconfortante saber que eles estariam ali para me apoiar.

– Mas, antes que deixe Fábio definitivamente – ela disse –,
 tenho uma tarefa para você.

Minha mãe colocou o bebê adormecido na cama e, pegando uma
folha de papel e uma caneta, traçou uma linha vertical dividindo a
folha ao meio. Ela me explicou que eu deveria escrever na coluna
da esquerda uma lista de todas as coisas que Fábio havia feito
e que tornavam impossível a convivência com ele. Conforme observava
a linha divisória, imaginei então, que ela me pediria para relacionar
as boas qualidades de Fábio na coluna da direita. “Vai ser fácil”, pensei.

Imediatamente a caneta começou a deslizar sobre o papel,
e rapidamente cheguei ao final do lado esquerdo. Para começar,
 Fábio nunca juntava as roupas que ele deixava pelo chão, sempre
 deixava a toalha molhada na cama. Nunca me avisava quando ia sair.
Dormia durante os cultos. Tinha hábitos deselegantes e embaraçosos,
como por exemplo, assoar o nariz ou arrotar à mesa.
Nunca me comprava
bons presentes. Recusava-se a combinar as roupas, era rigoroso com
gastos e não me ajudava com as tarefas domésticas. Também não
 gostava de conversar comigo. Deixou de ser romântico.
A lista continuava até encher toda a folha.

Certamente eu tinha evidências mais do que suficientes para provar
que nenhuma mulher seria capaz de viver com este homem.

Declarei pretensiosamente, logo que terminei:

– Agora sei que você vai me pedir para escrever as boas qualidades
 de Fábio do lado direito.

– Não – ela respondeu. – Eu já conheço as qualidades de Fábio.
Em vez disso, gostaria que, para cada item do lado esquerdo,
escrevesse qual foi a sua reação e o que você fez.

Bem, isto já seria mais difícil. Eu já havia pensado nas poucas
qualidades de Fábio que poderia mencionar. Porém, em nenhum
momento considerei pensar sobre mim mesma. Eu tinha certeza
que mamãe não me permitiria deixar a tarefa incompleta. Então,
 comecei a escrever a segunda coluna.

Em resposta às atitudes dele eu fazia cara feia, chorava e sentia raiva.
Eu me envergonhava de sua companhia. Eu me comportava como uma
 “mártir”. Desejava ter me casado com outra pessoa. Dava-lhe o
 “tratamento silencioso”. Acreditava que era boa demais para ele.
O meu lado da lista parecia não ter fim.

Quando cheguei ao final da página, mamãe pegou o papel da minha
 mão e foi até a gaveta do armário. Ela pegou uma tesoura e cortou-o
 ao meio no sentido da linha vertical que havia traçado. Pegou a coluna
da esquerda, amassou-a e a jogou no lixo; e voltando-se em minha
direção me entregou o lado direito.

– Ana, leve esta lista de volta para casa com você –, ela me disse.
– Passe o restante do dia refletindo sobre ela. Ore sobre isso.
Cuidarei do bebê até o anoitecer. Se fizer o que estou lhe pedindo,
e depois se você sinceramente ainda quiser se separar de Fábio,
 seu pai e eu estaremos aqui para lhe ajudar.

Encarando os fatos

Deixando a bagagem e meu filho na casa dos meus pais, dirigi de
volta para casa. Assim que sentei no sofá com aquele pedaço de papel
 na mão, não pude acreditar no que estava vendo. Mesmo sem uma
análise adequada dos hábitos irritantes de meu marido,
a minha lista parecia simplesmente horrível.

O que eu podia ver era um verdadeiro recorde de comportamentos
 mesquinhos, atitudes vergonhosas e reações destrutivas.
Gastei as horas que se seguiram pedindo a Deus que me perdoasse.
Pedi a Deus força, orientação e sabedoria para as mudanças
que agora eu sabia que teriam que ocorrer em mim. à medida
que continuava orando, percebi a maneira ridícula com que estava
me comportando. Eu me lembrava vagamente das transgressões que
tinha escrito para Fábio. Era uma lista completamente absurda.
Não havia nada de tão horrível ou imoral nela. Na verdade, eu havia
 sido abençoada com um bom homem – não um homem perfeito,
mas um bom homem.

Meus pensamentos recuaram até cinco anos atrás. Eu havia feito
um voto a Fábio. Eu o amaria e o honraria na saúde ou na doença.
 Estaria com ele para o melhor e para o pior. Eu havia dito essas
 palavras na presença de Deus, da minha família e dos nossos amigos.
 E hoje, pela manhã, estava pronta para abandoná-lo por causa
de aborrecimentos triviais.

Neste momento peguei o carro e voltei à casa de meus pais.
Eu estava maravilhada de como me sentia tão diferente de quando
havia chegado da primeira vez, de manhã, para encontrar minha mãe.
 Agora me encontrava em paz; sentia-me agradecida e aliviada.
Quando peguei meu filho de volta, senti-me alarmada ao pensar em
como estava prestes a fazer uma mudança tão drástica em minha vida.
Meu egoísmo quase custara a essa criança a oportunidade de conviver
todos os dias com um pai maravilhoso. Agradeci a minha mãe,
e rapidamente saí porta afora, de volta para minha casa. No horário
em que Fábio costumava chegar do trabalho, eu já havia desfeito a
mala e esperava por ele.

Um novo olhar

Eu adoraria poder dizer que Fábio mudou. Mas isso não aconteceu.
Ele ainda faz as mesmas coisas que “me aborrecem, me envergonham
e me deixam a ponto de explodir”.

Na verdade, a mudança aconteceu comigo. Daquele dia em diante,
me tornei responsável não apenas por minhas ações em nosso casamento,
 mas também por minhas reações.

Ainda me recordo de um item da lista: Fábio dormia durante os cultos.
 O momento em que ele começava a cochilar sempre marcava o fim do
meu período de adoração.
Eu acreditava que ele, de propósito, não tinha o menor interesse na
mensagem – e meu pai era o pregador! Eu não me importava com o
fato de Fábio não ser capaz de permanecer acordado a qualquer hora
por longos períodos. O tempo que ele gastava cabeceando de tanto
sono eu gastava bufando de raiva. Sentia-me envergonhada no meio
da congregação. Era uma grande humilhação. Tentava imaginar por
qual razão eu havia casado com esse homem. Certamente ele não
merecia uma esposa tão boa quanto eu!

Somente agora podia enxergar claramente como eu era.
Meu orgulho estava atrapalhando uma parte muito importante
da minha vida: a minha adoração. Agora, quando Fábio cochilava
na igreja, eu gastava esse momento em oração e agradecimento.
 Desviava os meus olhos dele dormindo e de mim mesma, para
concentrar o meu olhar apenas em Deus. Em vez de deixar a
igreja furiosa, passei a sair cheia de alegria.
Não demorou muito até que Fábio percebesse a diferença.
 Ele comentou durante um almoço de domingo: “Você parece estar
gostando mais dos cultos ultimamente. Eu já estava começando a
pensar que você não gostava do pregador.” Meu instinto imediato
seria contar-lhe como ele havia arruinado tantos cultos que assisti.
 Mas, ao contrário, aceitei seu comentário sem erguer minhas defesas.

Refazendo a lista

Tenho refeito essa lista muitas vezes ao longo dos anos.
Continuo pedindo perdão a Deus pelo meu comportamento patético
e sabedoria para vivenciar o meu casamento.
Quinze anos depois desta experiência, Fábio, aos 49 anos,
foi diagnosticado como portador do Mal de Alzheimer. Ele teve que
abrir mão de seu trabalho como professor, e assumi o sustento da
família, o que nos levou a dias de muitas tentativas e noites de
muita preocupação. Observá-lo lutando para manter suas habilidades
 básicas diárias tem sido uma grande inspiração tanto para mim
quanto para nossos filhos. Precisamos depender de nossa fé para
crer que Deus está no controle – especialmente quando sentimos
não ter controle algum da situação. Temos procurado na Bíblia as
 respostas para estas questões difíceis de entender. Gastamos
nosso tempo com emoções que vão desde a raiva até a tristeza.
Perguntamo-nos, “Por quê?”. Nesses momentos, clamamos a
Deus e pedimos que nos dê a paz que excede a todo entendimento.

Lamentavelmente, existem dias em que minha paciência está quase
 esgotada mesmo sabendo que Fábio não pode evitar certas coisas
que me irritam. Então, percebo a minha responsabilidade em reagir
com o amor que Deus tem me mostrado. Clamo a Deus e peço que
ele ame Fábio através de mim – porque sei que não sou capaz de
amar Fábio da maneira que Deus o ama.

Agradeci a Deus muitas vezes por ter uma mãe que foi minha
mentora espiritual. Embora tenha certeza de que se sentiu tentada
a fazê-lo, naquele dia mamãe não me passou um sermão ou me deu
sua opinião sobre o meu comportamento. O que ela fez foi conduzir-me
a descobrir a verdade que salvou o meu mais precioso bem:
meu casamento. Se não tivesse aprendido a reagir como uma
esposa cristã aos pequenos problemas de Fábio, eu jamais seria
capaz de reagir de maneira adequada aos grandes problemas
que hoje enfrentamos.

Ao chegar em casa outro dia, meu filho me perguntou o seguinte:

– Mãe, o que vamos fazer quando papai não se lembrar mais de nós?
– Bom, nós vamos nos lembrar de quem ele é. Lembraremo-nos do
pai e do marido que ele foi. Vamos nos lembrar de tudo que ele
nos ensinou e da maneira maravilhosa com que ele nos amava. –
Respondi.

Depois que meu filho saiu da sala, fiquei pensando neste homem
 que amou sua família e o seu Deus. Sorri comigo mesma:
muitas das minhas lembranças mais vívidas eram daqueles
pequenos hábitos irritantes que me levaram a fazer uma lista
de defeitos anos atrás.

Versão contextualizada, Becky Zerbe é a autora de Laughing with My Finger in the Dam,
 e é casada com Bill há 29 anos.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

ATAQUES COM ÁCIDO NO ROSTO A FILHAS E ESPOSAS SÃO COMUNS NO PAQUISTÃO

Milhões de mulheres que vivem em países islâmicos não tem o que comemorar no Dia Internacional da Mulher.

Em muitos países, os crimes de honra (trazer vergonha para a família) são punidos da pior forma possível:

Filhas e esposas que se “ocidentalizam”, que recusam casamentos encomendados pelos país, que buscam uma maior liberdade, que buscam apenas serem felizes são punidas pelos pais e maridos com ataques de ácido no rosto, que fica totalmente desfigurado.

A maioria das mulheres não tem condições de pagar por cirurgia plásticas, que nunca fazem o rosto voltar ao que era antes.

A serie "Zonas de Guerra", do canal National Geographic, retratou o drama de mulheres que foram atacadas com ácido e vivem escondidas com vergonha.

O jornal The New York Times também publicou uma reportagem sobre a forma brutal e covarde com que milhões de mulheres são tratadas em países islâmicos.






"A violência contra as mulheres é endêmica no Paquistão e os estupros individuais e em grupo estão aumentando. O assunto é muito sério para ser tratado de forma retórica", disse a ativista.

"Ainda existem costumes no Paquistão como a ''swara'', na qual a mulher é vendida, estuprada ou forçada a se casar com um homem em troca de uma dívida de sua família ou para selar uma aliança", afirmou Seemi Alam, educador de Lahore (leste do Paquistão).

"Em um país em que oito mulheres são estupradas a cada 24 horas e no qual de 70% a 95% das mulheres sofrem violência doméstica, não se sabe quem comemora o Dia Internacional da Violência contra as Mulheres", disse à EFE Asma Jahangir, presidente da Comissão de Direitos Humanos do Paquistão.

- O Paquistão é um Estado muito patriarcal, com tradições feudais e tribais arraigadas, onde os crimes de honra são comuns. As reservas de líderes religiosos podem prejudicar a aprovação de leis. Além disso, há hoje em dia um auge do fundamentalismo islâmico.


IMAGENS FORTES


“Violência de Gênero” é uma série de trabalhos do fotógrafo espanhol, Emílio Morenatti, com rostos de mulheres paquistanesas agredidas com ácido.

A série foi premiada com o Photo Press 2009.




Click here to enlarge

Saira Liaqat, 26 anos, mostra para a câmera um retrato dela antes de ser queimada em sua casa em Lahore, Paquistão. Quando ela tinha quinze anos, Saira foi obrigada a se casar com um homem da sua família, porém sua família só permitiu que ela fosse morar com ele após terminar os estudos. O marido não gostou da idéia e no final de Julho de 2003, chegou na casa dela com um embrulho, e pediu para que ela fosse buscar um copo com água. Ela foi até a cozinha buscar e quando se virou para lhe entregar a água, ele jogou ácido em sua cara, cegando-lhe o olho direito e comprometendo a capacidade de visão do esquerdo. Saira foi submetida a 9 cirurgias plásticas para tentar se recuperar de suas cicatrizes.




Click here to enlarge
Irum Saeed, 30 anos, posa para a fotografia em seu escritório na Universidade urdu de Islamabad, Paquistão, quinta-feira, 24 julho, 2008. Irum foi queimada no rosto, costas e ombros a doze anos atrás, quando um rapaz a quem ela rejeitou o casamento jogou ácido sobre ela no meio da rua. Ela já foi submetida a 25 cirúrgias plásticas para tentar se recuperar de suas cicatrizes.






Click here to enlarge

Shameem Akhter, 18 anos, posa para as lentes do fotógrafo Emilio Morenatti na sua casa em Jhang, Paquistão.
Shameem foi estuprada por três rapazes que jogaram ácido em seu rosto a três anos atrás. Shameem foi submetida a 10 cirurgias plásticas para tentar se recuperar de suas cicatrizes.






Click here to enlarge

Najaf Sultana, 16 anos, fotografia tirada em sua casa em Lahore, Paquistão. Quando tinha 5 anos, Najaf foi queimada pelo seu pai enquanto ela estava dormindo, aparentemente porque ele não queria ter uma outra menina na família. Como resultado da queimadura, Najaf ficou cega foi abandonada por seus pais, ela agora mora com parentes. Ela foi submetida a cerca de 15 cirúrgias plásticas para tentar se recuperar de suas cicatrizes.






Click here to enlarge

Shehnaz Usman, 36 anos, posa para a fotografia em Lahore, Paquistão. Shehnaz foi queimada com ácido por um parente devido a uma disputa familiar há cinco anos. Shehnaz foi submetida a 10 cirúrgias plásticas para tentar se recuperar de suas cicatrizes






Click here to enlarge

Shahnaz Bibi, 35 anos, posa para a fotografia em Lahore, Paquistão. Dez anos atrás Shahnaz foi queimada com ácido por um parente devido a uma disputa familiar. Ela nunca fez nenhuma cirurgia plástica.






Click here to enlarge

Kanwal Kayum, 26 anos, ajusta o véu para posar pra foto em Lahore, Paquistão. Kanwal foi queimada com ácido a um ano atrás por um rapaz com quem ela rejeitou o casamento. Ela nunca passou por cirurgia plástica.






Click here to enlarge

Munira Asef, 23 anos, foto tirada em Lahore, Paquistão. Munira foi queimada com ácido, há cinco anos por um menino a quem ela recusou se casar. Ela foi submetida a 7 cirúrgias plásticas para tentar se recuperar de suas cicatrizes.






Click here to enlarge

Bushra Shari, 39 anos, ajusta o véu para a fotografia em Lahore, Paquistão, Bushra foi queimada com ácido jogado por seu marido que ela estava tentando se divorciar dele há cinco anos. Ela foi submetida a 25 cirúrgias plásticas para tentar se recuperar de suas cicatrizes.






Click here to enlarge

MEMUNA Khan, 21 anos, posa para a fotografia em Karachi, no Paquistão. Menuna foi queimada por um grupo de meninos que jogaram ácido sobre ela para resolver uma disputa entre seus familiares. Ela passou por 21 cirúrgias plásticas para tentar se recuperar de suas cicatrizes.






Click here to enlarge

Zainab Bibi, 17 anos, ajusta o véu para a fotografia em Islamabad, Paquistão. Zainab foi queimada em seu rosto com ácido jogado por um menino a quem ela recusou se casar há cinco anos. Ela já foi submetida a várias cirúrgias plásticas para tentar se recuperar de suas cicatrizes

Click here to enlarge

Naila Farhat, 19 anos, fotografia feita em Islamabad, Paquistão. Naila foi atacada quando voltava da escola, com a ajuda de seu próprio professor, seu rosto foi queimado com ácido jogado por um menino a quem ela rejeitou casar-se há cinco anos. Ela já foi submetida a várias cirúrgias plásticas para tentar se recuperar de suas cicatrizes.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...